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Em tempos de extremos, em que a opinião externa exerce tanta influência, que tal focarmos mais em nos conhecermos melhor? Tenho a sensação de que, quanto mais me conheço e reconheço minhas vontades, necessidades, medos e angústias, mais conectada fico com o que realmente importa, mesmo com o caos rolando solto lá fora.

Um Mergulho para Dentro de Nós por Rita Avellar

Não, isso não significa fugir das situações desagradáveis ou das opiniões opostas, mas sim criar um escudo firme para proteger minha essência. Quando você se aprofunda em si mesmo, não há espaço para dúvidas sobre quem você realmente é.


Essa busca por viver sua autenticidade é um processo. Um processo que pode ser longo, tortuoso e, às vezes, até doloroso, mas não vejo outra forma de viver senão encarando tudo de frente, sendo você por inteiro – da ponta do fio de cabelo à ponta do dedão do pé.


Ser quem você é, sem vergonha disso, é tão difícil para alguns que chegam ao fim da vida sem nunca terem tido um relacionamento sincero com a pessoa mais importante de sua jornada: eles mesmos. Não há receita de bolo. Cada um tem uma trajetória única. As ferramentas para esse mergulho interior também variam. O essencial é que, uma vez iniciado o caminho do autoconhecimento, não se deve olhar para trás, nem se deixar distrair pelo que vem de fora – porque essas distrações sempre existirão.


É desafiador, mas as recompensas desse mergulho interior valem a pena. Comece hoje!


Um Mergulho para Dentro de Nós por Rita Avella

Eu estava prestes a comemorar dois anos livre do câncer no dia 19 de janeiro—meu aniversário e também o dia, há dois anos, em que meu médico me disse que o câncer tinha desaparecido após a cirurgia e seis meses de quimioterapia. Eu estava pronta para cortar o cabelo, agora que está crescendo de novo. Estava animada para planejar 2025, preenchendo com novos projetos, ideias frescas, lugares para visitar e pessoas para ver.


Mas então veio um "mas."

É O Que É

Um "mas" inesperado chegou neste inverno. E, de certa forma, até veio no momento certo—o câncer voltou.


Na verdade, segundo o oncologista, parece que o MTF (câncer de mama triplo negativo metastático) nunca realmente foi embora. O câncer foi resistente aos medicamentos. Eu sempre soube que o triplo negativo era agressivo e teimoso, mas nunca imaginei isso. Sério—nunca.


Mas é o que é, né? Não há nada que eu possa fazer para mudar ou controlar isso. Tenho que passar por todo o processo novamente.


Não consigo entender por que isso está acontecendo. Não consigo entender o que ainda preciso aprender com isso.


Ainda precisamos de mais informações para decidir os próximos passos, mas a espera é torturante. Por enquanto, aceito orações, boas energias, pensamentos positivos, oportunidades de trabalho e doações—sim, isso estará na minha lista em breve. Ser freelancer e paciente de câncer ao mesmo tempo é uma combinação complicada.


E mais uma coisa (não quero parecer rude, mas): por favor, não me deem conselhos não solicitados sobre o que eu deveria ou não fazer, a menos que tenham conversado comigo antes ou tenham experiência direta com o câncer. As informações por aí são esmagadoras, e confiem em mim—eu tentei de tudo na primeira vez: medicina tradicional, medicina chinesa e até coisas alternativas. Estou aberta a sugestões, mas me consultem primeiro.


Como se isso não bastasse, meu marido ainda está em reabilitação, e no mesmo dia em que recebi a notícia sobre o câncer, minha avó de 96 anos foi atropelada. Ela acabou de passar por uma cirurgia muito complicada. Ela é uma rocha—tem 96 anos e continua lutando.

É o que é. Seguimos em frente. Vamos lá!



Às vezes penso que tenho uma tendência a fazer as coisas de forma automática, sem me aprofundar muito. Algo talvez um pouco frio. Quem vê de fora acha que me jogo com tudo, cheia de emoções, mas, para ser sincera, me jogo no escuro, mais no estilo "vamos viver e ver no que vai dar" do que movida por uma paixão arrebatadora. Mas o que isso tem a ver com o tema deste texto? Bem, o fato de estar prestes a completar 10 anos vivendo em outro país — de ter imigrado — encaixa-se exatamente nessa categoria do "vamos ver no que vai dar", sem pensar muito. Inconsequente? Talvez.

Eternamente Imigrante

Minha imigração não aconteceu porque eu queria viver em outro país, nem porque desejava trabalhar fora. Não foi porque eu precisava deixar um lugar sem oportunidades e muito menos porque buscava a tão falada "liberdade". Imigrei para viver um amor que estava começando a florescer, para ver no que ia dar. E assim voltamos ao primeiro parágrafo. Inconsequente? Talvez.


Acredito que, quando se imigra por uma razão assim, fica-se com a sensação de que sempre serei uma imigrante. Meu coração, minha história, minha cultura, minhas raízes, minha língua, meu sotaque e minha alma estarão para sempre no meu país de origem. Não importa o tempo que eu viva fora, os documentos que eu tenha ou o quanto eu me adapte. Uma vez imigrante, para sempre imigrante.


Eternamente Imigrante
Sim, essa sou eu!

A cada ano nos Estados Unidos, sinto-me mais brasileira. E, a cada ano aqui, sinto mais saudade da minha terrinha. Não quero entrar na discussão sobre qual lugar é melhor. Isso não me interessa, até porque todos os países têm seus próprios problemas, aquela coisinha que dá motivo para reclamar. Ah, mas tinha que ser brasileiro, americano, sueco, jamaicano, polonês, coreano... e por aí vai.


Será que essa sensação de não pertencer vai acabar algum dia? Acho que possivelmente não. E, sinceramente, nem sei dizer se isso é bom ou ruim. Apenas sigo vivendo e sentindo-me uma eterna imigrante.


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