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Às vezes penso que tenho uma tendência a fazer as coisas de forma automática, sem me aprofundar muito. Algo talvez um pouco frio. Quem vê de fora acha que me jogo com tudo, cheia de emoções, mas, para ser sincera, me jogo no escuro, mais no estilo "vamos viver e ver no que vai dar" do que movida por uma paixão arrebatadora. Mas o que isso tem a ver com o tema deste texto? Bem, o fato de estar prestes a completar 10 anos vivendo em outro país — de ter imigrado — encaixa-se exatamente nessa categoria do "vamos ver no que vai dar", sem pensar muito. Inconsequente? Talvez.

Eternamente Imigrante

Minha imigração não aconteceu porque eu queria viver em outro país, nem porque desejava trabalhar fora. Não foi porque eu precisava deixar um lugar sem oportunidades e muito menos porque buscava a tão falada "liberdade". Imigrei para viver um amor que estava começando a florescer, para ver no que ia dar. E assim voltamos ao primeiro parágrafo. Inconsequente? Talvez.


Acredito que, quando se imigra por uma razão assim, fica-se com a sensação de que sempre serei uma imigrante. Meu coração, minha história, minha cultura, minhas raízes, minha língua, meu sotaque e minha alma estarão para sempre no meu país de origem. Não importa o tempo que eu viva fora, os documentos que eu tenha ou o quanto eu me adapte. Uma vez imigrante, para sempre imigrante.


Eternamente Imigrante
Sim, essa sou eu!

A cada ano nos Estados Unidos, sinto-me mais brasileira. E, a cada ano aqui, sinto mais saudade da minha terrinha. Não quero entrar na discussão sobre qual lugar é melhor. Isso não me interessa, até porque todos os países têm seus próprios problemas, aquela coisinha que dá motivo para reclamar. Ah, mas tinha que ser brasileiro, americano, sueco, jamaicano, polonês, coreano... e por aí vai.


Será que essa sensação de não pertencer vai acabar algum dia? Acho que possivelmente não. E, sinceramente, nem sei dizer se isso é bom ou ruim. Apenas sigo vivendo e sentindo-me uma eterna imigrante.


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Olá, eu sou Rita Avellar e estou há 49 dias sem falar sobre câncer.


49 Dias Sem Falar Sobre Câncer

Mas hoje, eu vou falar sim. Há um ano atrás eu estava tocando o meu primeiro sininho terminando a quimioterapia, a primeira e longa etapa do tratamento. Eu comecei falando aqui que estou este tempo todo sem falar sobre o câncer, porque realmente desde o início do tratamento eu nunca deixei o câncer ser parte de mim, ou seja nunca achei que essa doença me define como pessoa. Claro, falar abertamente sobre o câncer nas redes sociais me ajudou muito durante tratamento. Não só me ajudou, como também ajudou a motivar outras pessoas que estavam passando pela mesmo desafio. Mas hoje em dia quando eu olho tudo que passei, eu mesmo não acredito que passei por isso.


49 Dias Sem Falar Sobre Câncer

Nesta semana estava conversando com a minha terapeuta de como é estranho olhar para algumas fotos e me ver careca. Não me entenda mal, eu até gostei de ficar careca e curtir a facilidade de não ter cabelos. Mas quando estava sem cabelo careca e olhava as minhas fotos com cabelo longo, não me reconhecia mais. Como se eu não reconhecesse aquela pessoa mais. E agora acontece o mesmo. Quando eu olho fotos minhas careca, não reconheço mais. E é isso. Não reconhecer aquela pessoa que passou por uma doença tão esquematizada, e que ainda assombra muita gente que recebe esse diagnóstico.


Como disse, o câncer não me define como pessoa. Mas não posso deixar de celebrar cada etapa ou data. Primeiro, por ter vencido essa batalha e também por eu ter aproveitado, sim aproveitado, as experiências com que esse desafio me trouxe. Ontem na sessão de terapia, listei algumas das experiências adquiridas com essa jornada. São muitas, acho que nem cabe aqui relatar uma a uma, até porque isso é um caminho muito pessoal. Mas de fato quando a vida te dá uma situação dessa ou você escolhe aprender e crescer ou você fica reclamando e estagnado. E aí, adivinha? A vida pode te surpreende de novo com mais algum desafio. Então, eu escolhi crescer.


49 Dias Sem Falar Sobre Câncer

A todos amigos que passaram por essa, tamu junto! Não é mole não, mas há luz no fim do túnel. A todos amigos que começaram recentemente ou vão começar essa jornada, segurem firme. Como disse para mim mesmo e digo para vocês também, já deu certo.

 
 

Quando recebi todos os resultados do minha ressonância com todas as respostas que precisava saber sobre o tipo de câncer que estava enfrentando, decidi ler todo o material que recebi do meu oncologista. Eles deram no primeiro dia uma espécie de “guia” com todas as explicações sobre câncer de mama, dicas de nutrição e outros protocolos e recomendações de bem-estar para me ajudar durante o processo. Li de cabo a rabo e o que me chamou a atenção foi a recomendação (na verdade não só uma recomendação, mas quase um protocolo) de se exercitar. Exercitar muito!


Fazendo o Invasor Suar - Como o Exercício Pode Ajudá-la a Combater o Câncer

Como defensora do estilo de vida saudável, a atividade física já fazia parte da minha rotina. Eu costumava ir à academia, levantar peso, usar a esteira, fazer HIIT, dançar Zumba, treinar jiu-jitsu, pole dance, ioga, passear com meu cachorro... fiquei impressionada com a recomendação de pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou pelo menos 75 minutos de atividade vigorosa por semana. Por exemplo, caminhar 30 minutos por dia, cinco dias por semana ou até 45-60 minutos todos os dias. Então, mesmo para mim, fiquei realmente impressionada!


Essa recomendação mudou minha mentalidade de "hoje eu não treino" para "estou malhando hoje de qualquer maneira". Desde o primeiro dia de quimioterapia eu continuei malhando, todos os dias! O único dia em que não "suo muito" é o dia da quimioterapia, que começa de manhã e costumo dormir até o final da tarde devido ao antialérgico Benadryl. Mas, assim que chega terça-feira, lá vou eu para a academia fazer 30 minutos de musculação, 20 minutos de caminhada rápida na esteira e finalizando com 10 minutos de sauna. Ah sauna! Adoro!


Tudo isso, além da minha caminhada de 30 minutos com meu cachorro. Acredite ou não, mas essa rotina intensa e disciplinada fez ganhar massa muscular, tonificar e perder peso. Algo inacreditável ao fazer quimioterapia. A quimioterapia faz você perder músculo. Você precisa dobrar a ingestão de proteínas (o que eu fiz e será outro post aqui ;)), mas também, exercícios de resistência e força ajudam bastante.


“Uma jornada de mil milhas começa com um único passo.” —Lao Tzu

Fazendo o Invasor Suar - Como o Exercício Pode Ajudá-la a Combater o Câncer
Levando a minha mãe para malhar junto! ;)

É claro que a atividade física não é boa apenas quando você tem câncer e está em tratamento. Qualquer pessoa, em qualquer idade, em qualquer nível, pode aproveitar todos os incríveis benefícios de movimentar seu corpo. Mas, principalmente durante a quimioterapia é essencial para sua cura. De acordo com a American Cancer Society, o exercício "pode diminuir o risco de câncer, ajudando a controlar o peso, reduzir os hormônios sexuais ou a insulina e fortalecer o sistema imunológico; e pode aumentar a qualidade de vida durante o tratamento do câncer." Leia mais aqui.  


Algumas pessoas ficam impressionadas de como eu tenho mantido minha rotina de exercícios tão forte mesmo depois de 6 sessões de quimioterapia (mais 10 para finalizar). No entanto, é o contrário. É por causa da minha rotina de exercícios que continuo fazendo cada vez mais. Faz-me sentir bem, cheia de energia, digestão funcionando à vapor, ajuda-me a dormir (até) melhor e me sentindo bem positiva! Realmente pode fazer a diferença!

Para finalizar, gosto sempre de trazer algumas dicas fáceis de aplicar para uma rotina saudável. Neste caso, pensei em selecionar dicas para pacientes com câncer e para pacientes sem câncer. Aí eu pensei, por quê? Exercitar-se é importante para QUALQUER PESSOA, vamos pegar essas dicas para ajudar você que está lutando contra o câncer, outras doenças, não lutando contra nenhuma doença... qualquer pessoa que precise começar a mexer o corpo. Aqui vai:

  1. Com preguiça de pensar em encontrar uma academia, um esporte, um aplicativo? Simplesmente comece a andar! Você pode andar até mesmo em torno de seu sofá. Basta começar a caminhar e criar metas simples como aumentar 1 minuto por dia.

  2. A diversidade é a chave. Tenha uma rotina, mas tenha atividades diferentes planejadas. Encontre maneiras diferentes de mover seu corpo (quando você for além de andar pelo sofá). Experimente diferentes classes, esportes, movimentos. Eu uso um aplicativo do Brasil que amo! Chama Suore e tem rotinas tanto para casa para quanto para academia. Veja como usar aqui! 

  3. Prepare-se! Tenha um bom par de tênis, roupas de ginástica confortáveis. É tão bom ter roupas para sua "batalha".

  4. Beba bastante água. Além disso, quando você se exercita, você precisa manter a hidratação. Tenha uma garrafinha de água sempre com você.

  5. Monitore! Hoje em dia usamos aplicativos, relógios, pedômetro ou fitness trackers para acompanhar seu progresso e até mesmo te ajudar a te manter motivada e em dia. Você também pode usar uma amiga e até mesmo as mídias sociais para te manter no ritmo e fazer com que as pessoas vejam seu progresso com você.

  6. Cada movimento conta. Ok, eu sei que estamos falando aqui sobre ter uma rotina de exercícios. Mas cada movimento conta. Então, sente-se menos e ande mais. Use escadas em vez do elevador. Estacione a alguns quarteirões do seu destino, caminhe por 10 minutos após o almoço...


Fazendo o Invasor Suar - Como o Exercício Pode Ajudá-la a Combater o Câncer
Como Você Pode Me Ajudar Durante o Tratamento de Câncer

 
 
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