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⚠️ Aviso: Este texto pode conter gatilhos. Traz assuntos sensíveis e pode te fazer refletir.


Quem me conhece—quem realmente conviveu comigo, amigos, família ou até quem já viu meu mapa astral—me descreveria como “enérgica”, “apaixonada”, “trabalhadora”. Ninguém do meu círculo íntimo diria “calma”, “fofa” ou “zen”. Definitivamente, não sou eu.

Ou eu paro e descanso, ou eu paro e descanso

Paciência? Tô tentando desde sempre. Procrastinação? Essa palavra nem combina comigo. Sou do tipo que faz. Sempre com um novo projeto, uma nova ideia. Sinto que, se não coloco pra fora, explodo de tanta energia acumulada.


Meditação? Gosto, por 5 minutos. Yoga? Amo, mas que seja acelerado. Essa sou eu. Negar isso não ajuda em nada.


E além disso, gosto de controlar tudo. Não os outros, mas a mim mesma: minha rotina, minha saúde, meu tempo. Chato, eu sei.


Agora junta tudo isso: energia + mania de controle… Acrescenta limitações físicas, 95% do tempo em casa, dependendo de alguém pra fazer quase tudo que eu fazia sozinha, por pelo menos seis semanas, mais os medos que batem:


“Será que minha pele vai cicatrizar bem?”

“Será que ainda poderei fazer a reconstrução?”

“Quanto tempo vai levar pra eu voltar à vida ativa?”

“Quando vou conseguir levantar o braço direito de novo?”


Perguntas simples sem respostas fáceis. E a única certeza que tenho é: eu preciso de paciência. Justo o que me falta.


Eu estava indo muito bem nesse segundo tratamento—como no primeiro. Estava até me recuperando rápido da mastectomia unilateral. Mas aí minha pele, por causa da radioterapia passada, resolveu não colaborar. Duas cirurgias inesperadas em menos de duas semanas depois… e me vi aqui, nesse momento reflexivo da vida.


Sim, tive meus dias de “coitadinha de mim”—já passaram. Tive (e ainda tenho) dias tristes. Mas estou lidando: sessões de terapia, recursos espirituais, ouvidos da minha mãe e do Alan (obrigada e desculpa!).


Eu sei que daqui a alguns meses vou reler isso e pensar: “Por que eu tava surtando? Tá tudo certo agora.”Mas aproveitar a jornada cheia de buracos no caminho é difícil… e minha bunda já tá cansada.


Eu só quero chegar no destino final—com seios novos, boas notícias e independência total. Será que é pedir demais?


Aparentemente, sim. Mas dessa vez não tem alternativa.


Ou eu paro e descanso, ou eu paro e descanso. Ponto.


Pode parecer bobo, mas colei um post-it no meu laptop escrito “DESCANSAR”. E ainda coloquei alarmes durante o dia pra me lembrar dessa missão quase impossível: simplesmente relaxar. Ommmm.


Ou eu paro e descanso, ou eu paro e descanso

Em tempos de extremos, em que a opinião externa exerce tanta influência, que tal focarmos mais em nos conhecermos melhor? Tenho a sensação de que, quanto mais me conheço e reconheço minhas vontades, necessidades, medos e angústias, mais conectada fico com o que realmente importa, mesmo com o caos rolando solto lá fora.

Um Mergulho para Dentro de Nós por Rita Avellar

Não, isso não significa fugir das situações desagradáveis ou das opiniões opostas, mas sim criar um escudo firme para proteger minha essência. Quando você se aprofunda em si mesmo, não há espaço para dúvidas sobre quem você realmente é.


Essa busca por viver sua autenticidade é um processo. Um processo que pode ser longo, tortuoso e, às vezes, até doloroso, mas não vejo outra forma de viver senão encarando tudo de frente, sendo você por inteiro – da ponta do fio de cabelo à ponta do dedão do pé.


Ser quem você é, sem vergonha disso, é tão difícil para alguns que chegam ao fim da vida sem nunca terem tido um relacionamento sincero com a pessoa mais importante de sua jornada: eles mesmos. Não há receita de bolo. Cada um tem uma trajetória única. As ferramentas para esse mergulho interior também variam. O essencial é que, uma vez iniciado o caminho do autoconhecimento, não se deve olhar para trás, nem se deixar distrair pelo que vem de fora – porque essas distrações sempre existirão.


É desafiador, mas as recompensas desse mergulho interior valem a pena. Comece hoje!


Um Mergulho para Dentro de Nós por Rita Avella

Eu estava prestes a comemorar dois anos livre do câncer no dia 19 de janeiro—meu aniversário e também o dia, há dois anos, em que meu médico me disse que o câncer tinha desaparecido após a cirurgia e seis meses de quimioterapia. Eu estava pronta para cortar o cabelo, agora que está crescendo de novo. Estava animada para planejar 2025, preenchendo com novos projetos, ideias frescas, lugares para visitar e pessoas para ver.


Mas então veio um "mas."

É O Que É

Um "mas" inesperado chegou neste inverno. E, de certa forma, até veio no momento certo—o câncer voltou.


Na verdade, segundo o oncologista, parece que o MTF (câncer de mama triplo negativo metastático) nunca realmente foi embora. O câncer foi resistente aos medicamentos. Eu sempre soube que o triplo negativo era agressivo e teimoso, mas nunca imaginei isso. Sério—nunca.


Mas é o que é, né? Não há nada que eu possa fazer para mudar ou controlar isso. Tenho que passar por todo o processo novamente.


Não consigo entender por que isso está acontecendo. Não consigo entender o que ainda preciso aprender com isso.


Ainda precisamos de mais informações para decidir os próximos passos, mas a espera é torturante. Por enquanto, aceito orações, boas energias, pensamentos positivos, oportunidades de trabalho e doações—sim, isso estará na minha lista em breve. Ser freelancer e paciente de câncer ao mesmo tempo é uma combinação complicada.


E mais uma coisa (não quero parecer rude, mas): por favor, não me deem conselhos não solicitados sobre o que eu deveria ou não fazer, a menos que tenham conversado comigo antes ou tenham experiência direta com o câncer. As informações por aí são esmagadoras, e confiem em mim—eu tentei de tudo na primeira vez: medicina tradicional, medicina chinesa e até coisas alternativas. Estou aberta a sugestões, mas me consultem primeiro.


Como se isso não bastasse, meu marido ainda está em reabilitação, e no mesmo dia em que recebi a notícia sobre o câncer, minha avó de 96 anos foi atropelada. Ela acabou de passar por uma cirurgia muito complicada. Ela é uma rocha—tem 96 anos e continua lutando.

É o que é. Seguimos em frente. Vamos lá!



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